Sistemas de Equações Lineares
Classificação de um sistema quanto ao número de soluções
Resolvendo o sistema:

Encontramos uma única solução: o par ordenado (3,5). Assim, dizemos que o sistema é possível (tem solução) e determinado (solução única).
No caso do sistema:

Verificamos que os pares ordenados (0,8), (1,7),(2,6),(3,5),(4,4),(5,3),... são algumas de suas infinitas soluções. Por isso, dizemos que o sistema é possível (tem solução) e indeterminado (infinitas soluções).
No sistema:

Verificamos que nenhum par ordenado satisfaz simultaneamente as equações. Portanto, o sistema é impossível (não tem solução).
Resumindo, um sistema linear pode ser:
a) Sistema Possível e Determinado (solução única);
b) Sistema Possível e Indeterminado (infinitas soluções);
c) Sistema Impossível (não tem solução).
Sistema normal
Um sistema é normal quando tem o mesmo número de equações (m) e de incógnitas (n) e o determinante da matriz incompleta associada ao sistema é diferente de zero.
Se m=n e det A
0, então o sistema é normal.

Regra de Cramer
Todo sistema normal tem uma única solução dada por:

em que i
{ 1,2,3,...,n}, D= det A é o determinante da matriz incompleta associada ao sistema, e Dxi é o determinante obtido pela substituição, na matriz incompleta, da coluna i pela coluna formada pelos termos independentes.

Discussão de um sistema linear
Se um sistema linear tem n equações e n incógnitas, ele pode ser:
a) Sistema Possível e Determinado (solução única), se D=det A
0; caso em que a solução é única.

Exemplo:

m = n = 3

Então, o sistema é possível e determinado, tendo solução única.
b) Sistema Possível e Indeterminado (infinitas soluções), se D= Dx1 = Dx2 = Dx3 = ... = Dxn= 0, para n=2. Se n
3, essa condição só será válida se não houver equações com coeficientes das incógnitas respectivamente proporcionais e termos independentes não-proporcionais.

Um sistema possível e indeterminado apresenta infinitas soluções.
Exemplo:

D=0, Dx =0, Dy=0 e Dz=0
Assim, o sistema é possível e indeterminado, tendo infinitas soluções.
c) Sistema Impossível (não tem solução), se D=0 e
Dxi
0, 1
i
n; caso em que o sistema não tem solução.




Exemplo:



Como D=0 e Dx
0, o sistema é impossível e não apresenta solução.

Sistemas Equivalentes
Dois sistemas são equivalentes quando possuem o mesmo conjunto solução.
Por exemplo, dados os sistemas:


verificamos que o par ordenado (x, y) = (1, 2) satisfaz ambos e é único. Logo, S1 e S2 são equivalentes:
S1 ~ S2.
Propriedades
a) Trocando de posição as equações de um sistema, obtemos outro sistema equivalente.
Por exemplo:


S1 ~S2
b) Multiplicando uma ou mais equações de um sistema por um número K (K


S1 ~S2
c) Adicionando a uma das equações de um sistema o produto de outra equação desse mesmo sistema por um número k ( K ЄIR*), obtemos um sistema equivalente ao anterior.
Por exemplo:
Dado:

Substituindo a equação (II) pela soma do produto de (I) por -1 com (II), obtemos:

S1~S2, pois (x,y)=(2,1) é solução de ambos os sistemas.
Sistemas escalonados
Utilizamos a regra de Cramer para discutir e resolver sistemas lineares em que o número de equações (m) é igual ao número de incógnitas (n). Quando m e n são maiores que três, torna-se muito trabalhoso utilizar essa regra. Por isso, usamos a técnica do escalonamento, que facilita a discussão e resolução de quaisquer sistemas lineares.
Dizemos que um sistema, em que existe pelo menos um coeficiente não-nulo em cada equação, está escalonado se o número de coeficientes nulos antes do primeiro coeficiente não nulo aumenta de equação para equação.
Para escalonar um sistema adotamos o seguinte procedimento:
a) Fixamos como 1º equação uma das que possuem o coeficiente da 1º incógnita diferente de zero.
b) Utilizando as propriedades de sistemas equivalentes, anulamos todos os coeficientes da 1ª incógnita das demais equações.
c) Repetimos o processo com as demais incógnitas, até que o sistema se torne escalonado.
Vamos então aplicar a técnica do escalonamento, considerando dois tipos de sistema:
I. O número de equações é igual ao número de incógnitas (m=n)
Exemplo 1: 

1ºpasso: Anulamos todos os coeficientes da 1º incógnita a partir da 2º equação, aplicando as propriedades dos sistemas equivalentes:
![]() |
![]() |
![]() |
2º passo: Anulamos os coeficientes da 2º incógnita a partir da 3º equação:
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Agora o sistema está escalonado e podemos resolvê-lo.
-2z=-6
z=3

Substituindo z=3 em (II):
-7y - 3(3)= -2
-7y - 9 = -2
y=-1


Substituindo z=3 e y=-1 em (I):
x + 2(-1) + 3= 3
x=2

Então, x=2, y=-1 e z=3
Exemplo 2: 

1º passo: Anulamos todos os coeficientes da 1º incógnita a partir da 2º equação:
![]() |
![]() |
2º passo: Anulamos os coeficientes da 2ª incógnita, a partir da 3º equação:
![]() |
Dessa forma, o sistema está escalonando. Como não existe valor real de z tal que 0z=-2, o sistema é impossível.
II) O número de equações é menor que o número de incógnitas (m < n)
Exemplo:

1º passo: Anulamos todos os coeficientes da 1º incógnita a partir da 2º equação:
![]() |
![]() |
2º passo: Anulamos os coeficientes da 2º incógnita, a partir da 3º equação:
![]() |
O sistema está escalonado. Como m<n, o sistema é possível e indeterminado, admitindo infinitas soluções. A diferença entre o número de incógnitas (n) e o de equações (m) de um sistema nessas condições é chamada grau de indeterminação (GI):
GI= n - m
Para resolver um sistema indeterminado, procedemos do seguinte modo:
![]() |
GI = n-m = 4-3 = 1 |
Como o grau de indeterminação é 1, atribuímos a uma das incógnitas um valor
, supostamente conhecido, e resolvemos o sistema em função desse valor. Sendo t=
, substituindo esse valor na 3º equação, obtemos:


12z - 6
= 30
12z= 30 + 6
= 






Conhecidos z e t, substituímos esses valores na 2º equação:

Conhecidos z,t e y, substituímos esses valores na 1º equação:

Assim, a solução do sistema é dada por S=
, com
IR.



Para cada valor que seja atribuído a
, encontraremos uma quádrupla que é solução para o sistema.
